Já nos disseram que uma vez que se tenha visitado uma determinada festa típica já se viu tudo e não há porque voltar, afinal “esta você já conhece”. Não é bem assim. Uma festa típica é feita por e de pessoas. E elas mudam ano a ano. As experiências individuais e coletivas de uma comunidade podem ter sido significativamente diferentes nas últimas quatro estações. E como acho que já disse por aqui, a melhor parte dessas festas são as conversas. Senão para reencontrar conhecidos, talvez para fazer novas amizades, aprender sobre suas dificuldades e alegrias.
Mas há também aquelas em que o modus operandi é praticamente o mesmo. Só que ela é tão legal, divertida, com produtos tão característicos, e/ou com uma culinária tão saborosa, que você simplesmente quer ir lá mais uma vez, ou mais duas, três… e este foi o caso da nossa visita à Festa da Hortaliça de Antônio Carlos neste ano. Não que partes do pensamento anterior não se apliquem à comunidade de Rachadel, obviamente.
Por exemplo, o desfile das máquinas agrícolas seguiu o mesmo padrão da edição anterior, mas é visível que a criatividade dos produtores para ornamentar seus tratores e tobatas procura brincar com fatos recentes de conhecimento geral, fazer novas homenagens, ou ainda externar um desejo revigorado em mostrar ao visitante o trabalho diário com a terra.
Tomando emprestada uma emblemática frase do Oscar Niemayer, podemos dizer que quando você for à Festa da Hortaliça em Rachadel, pode gostar ou não do desfile, mas não pode dizer que viu antes coisa parecida!
Assim que findou o desfile, corremos para encontrar um lugar para almoçar, o que não ajudou muito de qualquer forma. Mesmo com a chuvarada da noite anterior ninguém desistiu de saborear a galinha recheada com cuca alemã. A casa “tava” cheia! Aliás, o lamaçal formado por esta chuva foi especialmente desafiador no lugar onde eram vendidas as hortaliças do desfile. Veja nas fotos abaixo.
A Festa da Hortaliça em Rachadel é bastante famosa na região. Bem estruturada, conta com vários espaços para alimentação, serviço eficiente, exposição comercial (principalmente de máquinas agrícolas) e shows (infelizmente não de bandas típicas).
Para filosofar, digo, finalizar, retomando o raciocínio do início deste post, esta é uma festa muito apropriada para conversar com os produtores, procurar descobrir como anda sua atividade profissional, o que ele espera para os próximos períodos. Dá pra ficar sabendo, por exemplo, que o aumento do preço nas verduras que verificamos na cidade teve pouquíssima influência ali no início da cadeia, se é que teve. A velha história de sempre…
Então, ficou curioso pra descobrir mais? Nem precisa esperar até a próxima Festa da Hortaliça. Se você reside na região, ao invés de ir ao shopping no próximo domingo, põe a família no carro e “simbora” descobrir de onde vem a salada do dia a dia. Eis o mapa para um passeio agradável e diferente: